Uma possível queda nas emissões de gases do efeito estufa devido à pandemia de Covid-19 não será suficiente para interromper as mudanças climáticas, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira, pedindo que os governos integrem a ação climática aos planos de recuperação.
A pandemia pode causar a maior queda anual nas emissões de dióxido de carbono desde a Segunda Guerra Mundial, embora a OMM tenha alertado que as recuperações econômicas anteriores estavam associadas a um crescimento ainda maior das emissões do que antes das crises.
"A Covid-19 pode resultar em uma redução temporária nas emissões de gases de efeito estufa, mas não substitui a ação climática sustentada", afirmou a agência em comunicado divulgado no 50º aniversário do Dia da Terra, insituído em 1970.
"Precisamos mostrar a mesma determinação e unidade contra a mudança climática e contra a Covid-19", acrescentou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
A declaração pediu aos governos que considerarem pacotes de estímulo que ajudaram na transição para uma economia verde, acrescentando apelos semelhantes de alguns líderes.
Em um lembrete sombrio das mudanças no planeta desde 1970, a OMM informou que os níveis de dióxido de carbono aumentaram 26% desde então e a temperatura global foi 0,86 graus Celsius mais alta, em média.
A OMM também publicou nesta quarta-feira a versão final de seu relatório sobre o clima global, que confirmou uma conclusão preliminar de que o intervalo entre 2015 e 2019 foi o período de cinco anos mais quente já registrado, com a temperatura média global aumentando 1,1 graus Celsius desde a época pré-industrial.
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