A estimativa do Instituto Butantã, de São Paulo, é zerar a fila acumulada de testes para o novo coronavírus até esta quarta-feira. Em 7 de abril, 17 mil amostras estavam pendentes de análise. “Isso já se reduziu. Na quarta, esperamos anunciar que a fila foi zerada”, garante o diretor da instituição, Dimas Covas.
Ele justificou a fila como resultado da dificuldade de obter insumos e da centralização dos exames no Instituto Adolfo Lutz. Por isso, no início do mês, o governo do Estado criou uma rede com outros hospitais e hemocentros estaduais da capital e do interior para acelerar as análises. “A situação estava um pouco complicada”, disse Covas ao Estado.
Com essa força-tarefa, a rede realiza cerca de 5 mil testes por dia. “Vamos chegar a 8 mil muito rapidamente”, garante. A testagem é voltada a amostras de pacientes mortos ou com casos graves associados aos sintomas do novo coronavírus. Além disso, com o aumento da capacidade estadual, será estendida a todos os profissionais de saúde, mesmo que em quadros leves. A projeção é de que os resultados saiam em até 48 horas.
“Com isso, podemos atender a demanda imediata, principalmente dos municípios do interior que, sem os exames, podem ter a sensação que o vírus não chegou, mas que, na verdade, foi o exame que não foi feito”, comenta Covas. “Vai nos ajudar a ter uma fotografia dessa epidemia mais próxima da realidade. Vai permitir que as autoridades tomem decisões fundamentadas em fatos.”
O diretor do Butantã aponta que a necessidade de ampliar a rede também é uma forma de se preparar para o avanço da pandemia e que o governo não enfrenta mais falta de insumos. “Se espera que a demanda vá aumentar muito rapidamente à medida que a curva (de casos) também cresça. Esperamos que não seja explosivo.”
A rede de testagem do Estado também passou a incluir laboratórios privados. De acordo com Covas, a maior participação é do Grupo Fleury em parceria com Bradesco Seguros, a Coca-Cola Brasil e a Coca-Cola FEMSA, que vão realizar e subsidiar 26 mil testes em um espaço no Jabaquara, na zona sul da capital. O valor estimado é de R$ 4 milhões, sem custos para o poder público.
Do total, 2,5 mil testes já foram realizados ou encaminhados pelo Estado ao grupo. Ao Estado, as empresas destacaram a necessidade do “espírito de colaboração” neste momento, enquanto Covas disse que parcerias com o setor privado são fundamentais. “Um grupo (de funcionários) se revezou 24 horas por dia para processar esse volume expressivo de exames em pouco tempo. Estamos felizes em ajudar a baixar a fila”, comenta Carlos Marinelli, presidente do Grupo Fleury. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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