Head de Share Engagement da Share People Hub trás soluções para que empresas possam quebrar a bolha do preconceito
Entre outubro de 2021 e junho deste ano, a consultoria global Great Place To Work (GPTW) realizou uma pesquisa de Diversidade e Inclusão (D&I), apontando que, entre empresas, cerca de 10% dos funcionários se autodeclaram LGBTQIAP+. Em cargos de liderança, a porcentagem decai, revelando cerca de 8% do quadro de funcionários e reduzindo para 6% quando se trata de cargos presidenciais. De maneira geral, o número de pessoas cis e heteronormativas em cargos de liderança dentre as empresas são de 92%.
Apesar da criação da lei n°8.213/91, a Lei de Cotas, que diz que empresas que possuam 100 ou mais empregados devem reservar ao menos 2% dessas vagas para pessoas com deficiências, ainda não vemos como prática generalizada a contratação de PCDs, principalmente em cargos de confiança, demonstrando que nem a justiça pôde contornar esse problema enraizado em nossa sociedade.
Maíne Martins, Head de Share Engagement da Share People Hub, consultoria especializada em soluções de recursos humanos, acredita que as empresas ainda têm dificuldade de lidar e de enxergar os benefícios da diversidade e que ainda há muito a ser feito para que PCDs, LGBTQIAP+ e outros grupos minorizados consigam atingir cargos de liderança dentro das empresas, e isso se dá devido à construções sociais muito antigas que perseveram, e ainda passam despercebidas ou impunes.
Acreditando que estas pessoas possuirão maior visibilidade em vagas de emprego, Maíne aponta que é de suma importância que essas pessoas tragam seus desconfortos, e também que aquelas que simpatizam com a diversidade apóiem e contribuam com suas vozes para que mudanças eficazes sejam realizadas e que os grupos minorizados continuem sendo ouvidos.
A especialista lembra que além de lutar por seus direitos, é importante que as empresas também ofereçam oportunidades para estes grupos, como programas de formação específica, grupos de discussão e compartilhamento de experiências no ambiente de trabalho, programas de desenvolvimento de soft skills, e projetos de impacto e inclusão junto à comunidade.
Maíne nota que o mercado de trabalho está passando por mudanças, devido às incertezas políticas e econômicas globais, gerando organizações mais cautelosas com relação ao crescimento de vagas de emprego, e aconselha aos trabalhadores buscar sempre o aperfeiçoamento de suas habilidades. “O momento pede paciência e observação dos movimentos internos e externos para direcionar melhor as tomadas de decisões”, explica.
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