Dezenas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizeram uma carretada na tarde deste sábado pelas ruas de São Paulo para mostrar apoio a ele na condução da crise da covid-19 e criticar a Rede Globo, a TV Bandeirantes, a China e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O protesto foi convocado pelo WhatsApp em grupos de caminheiros e motociclistas e seu ponto de maior adesão foi no começo da noite, quando a avenida Paulista teve trânsito congestionado em um dos sentidos.
Muitos buzinavam e bandeiras do Brasil apareciam por toda a parte. Os discursos eram contra a quarentena e houve bastante reclamação contra o governador de São Paulo.A economia era a principal preocupação das pessoas e o motivo apontado para relaxar o distanciamento social.
A manifestação começou na frente do Ginásio do Ibirapuera, local que vai abrigar o terceiro hospital de campanha da cidade. Um homem na caçamba de uma caminhonete fez um discurso pedindo para as pessoas não assistirem à Globo e à Band e boicotar qualquer marca que anunciar nestes canais. Ele ainda acusou a China de financiar as redes de televisão em associação com Doria.
Próximo dali, caminhoneiros estacionaram seus veículos junto à Assembleia Legislativa e um coro de "fora Doria" foi puxado. O governador de São Paulo e a Rede Globo foram os principais alvos da carreata e chamados de "traidores da pátria". A manifestação também contou com dezenas de carros e motocicletas com bandeiras do Brasil. Os discursos tinham frases habituais de apoiadores do presidente como "minha bandeira nunca será vermelha".
Doria tem se destacado como um dos governadores que, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e até do Ministério da Saúde de Bolsonaro, impuseram medidas como fechamento de comércios e escolas para tentar frear o avanço do novo coronavírus. O governador de São Paulo decretou e depois prorrogou uma quarentena.
Os manifestantes seguiram para a avenida Paulista e de lá partiram para a sede da TV Globo na capital paulista, onde o protesto atingiu seu ponto alto. Pelo menos 200 pessoas estavam no local e a maioria desceu do carro. Eles repetiram coros chamando a emissora de traidora da pátria, que eram intercalados com críticas ao governador João Doria.
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